Como hoje o dia está friozinho que só vendo (ou melhor, sentindo), que tal me acompanhar numa xícara fumegante de chá?
Dias assim me fazem vir à tona imagens de uma casa aconchegante, com lareira, um cachorrinho fazendo companhia, um sofá bem molinho e quentinho cheio de almofadas, tapetes peludos, alguma mulher bordando com ar feliz, crianças com pijamas e pantufas brincando e lá fora a neve, numa decoração impecável, cobrindo os telhados de chaminés com fumacinha.
Por que será que a gente, mesmo morando num país que faz frio, mas que não tem tanta neve assim, cria um ideal de felicidade tão distante, quando tanta gente (e bota gente nisso) preferiria um clima menos rigoroso, talvez como o nosso? Deve ser por causa da nossa mania de colocar a felicidade em lugares inalcançáveis, em tempos futuros ou num passado que de tão distante se perdeu. Felicidade não é para rimar com o presente, ela tem de estar ou lá na frente ou lá atrás. Nunca aqui. Aqui é perto demais para se pegar, tocar, viver, experimentar, porque o aqui e agora sempre já passou. Fugiu pelos meus dedos enquanto digitava, foi mais rápido do que minha vontade de expressar o que pensava, porque agora o que penso já é outra coisa, e essa também já foi.
Acho que o melhor mesmo, pelo andar da carruagem, é deixar essa conversa toda de lado e servir o chá que lhe ofereci lá em cima, que a essa altura, já deve estar gelado. Sente-se, acomode-se que vou lá dentro preparar um outro. Um minutinho só...
terça-feira, 17 de junho de 2008
Está servido?
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